Apadrinhe uma criança; fome aqui, pobreza ali...
Campanhas são vistas em maior quantidade e encabeçadas pelo governo federal
para altruísmo extra território nacional. Organizações Não Governamentais fazem
também a garimpagem de recursos para bancar o “bom samaritano” em regiões com
índice de pobreza extrema. Sem citar o esquema de doação com dinheiro dos
telespectadores sem direito a dedução de imposto de renda. Estamos indo pelo caminho certo? Gastar ajudando outros e nos preocuparmos com calotes entre terceiros? Já não temos muitos problemas e correções a serem feitas aqui na nossa economia?
Abordarei de outra maneira para que entendam as minhas perguntas (com resumo do tema e/ou
respostas):
1. Quanto que o Brasil gasta com congresso em relação per capita
e em relação ao salário de referencia do país (salário mínimo no Brasil)?
VERBA DE GABINETE
Cada um dos 513 deputados federais possui esta
verba mensal para gastar com material de escritório e pagar até 25 assessores
parlamentares. Os deputados federais brasileiros estão entre os que podem contratar
mais gente.
VERBA INDENIZATÓRIA
É para gastos com gasolina, comida, hospedagem,
aluguel de escritório (sim, além dos que eles têm no Congresso) e consultorias
- sendo que consultoria pode ser qualquer coisa que os deputados decidirem
chamar de consultoria.
SALÁRIO
Além do 13º, há mais dois salários extras no início e no fim do ano legislativo, para dar uma força.
Além do 13º, há mais dois salários extras no início e no fim do ano legislativo, para dar uma força.
MAIS QUE O LULA (época da pesquisa)
Não admira que deputados se achem importantes:
ganham mais que o presidente.
AUXÍLIO MORADIA
A ajuda no aluguel vale até para deputados do
Distrito Federal. A alternativa seriam apartamentos funcionais, que acabam
repassados a assessores e parentes.
COTA POSTAL E TELEFÔNICA
É preciso muito correio e DDD para contatar as
bases. A cota também pode incluir a conta da banda larga.
IMPRESSÕES E ASSINATURAS: R$ 1 000
Além de imprimir o que acharem necessário, nossos
representantes têm uma grana para assinar jornais e revistas.
PASSAGENS
Deputados ganham viagem ida e volta de Brasília para o estado que representam. São R$ 9 mil por mês que não precisam de justificativa - pode ser convenção partidária ou festa junina.
Deputados ganham viagem ida e volta de Brasília para o estado que representam. São R$ 9 mil por mês que não precisam de justificativa - pode ser convenção partidária ou festa junina.
ASSISTÊNCIA MÉDICA
O deputado e sua família podem pedir reembolso
ilimitado de gastos com saúde. Em 2009, a Câmara gastou R$ 50 milhões com
médicos e dentistas: deu R$ 8 mil para cada.
Comparação do custo de um deputado federal com a
riqueza média gerada por um cidadão em alguns países.
Fontes para
a revista: ONG Transparência Brasil e Câmara dos Deputados
Fonte
referencia: Revista Super Interessante – Ed 281, agosto 2010 http://super.abril.com.br/cultura/quanto-custa-deputado-601265.shtml
Outra fonte, para demonstrar que não é de agora a
festa em Brasília e o efeito epidêmico em cascata nos estados e municípios,
compara o Brasil com outros países em levantamento realizado em 2009:
Parlamentar brasileiro custa à Viúva R$ 1,3 milhão
por ano;
Valor é maior do que o de um colega
alemão: R$ 1 milhão;
Sai quase o dobro de um parlamentar
francês: R$ 699 mil;
Custa quase o triplo de um deputado
italiano: R$ 469 mil;
Em salário e benefício, só perde para
EUA: R$ 3,8 milhões.
O levantamento leva em conta o salário e as
chamadas verbas de representação, que cobrem as despesas relacionadas com o
exercício do mandato.
Considerando-se o custo
individual do deputado, a coisa ficou assim:
- EUA: até R$ 3.814 milhões por ano;
- Brasil: até R$ R$ 1.274 milhão anuais;
- Alemanha: R$ 1.004 milhão;
- França: R$ 736 mil;
- Grã-Bretanha: R$ 699 mil;
- Chile: R$ 545 mil;
- Itália: R$ 469 mil.
Fez-se também uma
comparação do custo de um deputado considerando-se a população de cada país.
Estimou-se quanto sai do bolso de cada contribuinte.
É esse o pedaço do estudo
mais festejado pelos dirigentes da Câmara. O Brasil, por populoso, desceu ao
último lugar do ranking. Ficou assim (para cada mil habitantes):
- Grã-Bretanha: o deputado custa R$ 7,37;
- Alemanha: R$ 7,37;
- França: R$ 6,63;
- EUA: R$ 4,88;
- Chile: R$ 3,94;
- Brasil: R$ 3,29.
O estudo da Câmara
eximiu-se de fazer uma comparação que talvez seja a mais relevante. Deixou-se
de levar em conta as diferenças de renda dos cidadãos de todos os países
citados.
Tome-se o exemplo da
Grã-Bretanha, acomodado no primeiro lugar do ranking de gastos no recorte que
leva em conta o número de habitantes.
O PIB per capita dos 61,1
milhões de britânicos é quatro vezes mais alto do que o dos 198 milhões de
brasileiros.
Se tivesse esmiuçado esses
dados, o trabalho da Câmara teria concluído que o custo de um deputado
brasileiro supera em dez vezes o de um colega britânico.
Elaborado no calor do
noticiário sobre a farra das passagens aéreas, o estudo também informa como os
deputados estrangeiros utilizam os bilhetes aéreos.
Nos EUA, o Tesouro banca
os vôos de parlamentares, assessores ou prestadores de serviço em
missão comprovadamente oficial. Viagens ao exterior, só quando
autorizadas pelos presidentes da Câmara ou da comissão a que pertence o
deputado. São proibidas as viagens de caráter pessoal, político ou de
campanha. Cônjuges e familiares podem acompanhar o deputado em
missões oficiais.
Na Grã-Bretanha, o
erário cobre as viagens entre o distrito de origem do deputado e Londres.
Fora disso, só com autorização prévia. Vôos para outros países
da União Européia, só a serviço. Três por ano. Cônjuges e filhos
menores de 18 anos dispõem de uma cota de 30 bilhetes por ano para viagens
entre o distrito eleitoral do deputado e Londres.
Na França, há uma
cota anual de 40 passagens (ida e volta) entre Paris e a circunscrição
eleitoral do deputado. Fora desses limites, seis bilhetes anuais. Nada de
parentes.
No Chile: cota anual de 60
passagens. Desse total, 48 são nominais. Só podem ser usadas pelo deputado.
Doze podem ser cedidas terceiros, por indicação do titular do mandato.
Na Alemanha, são
reembolsadas as despesas feitas pelos deputados em vôos domésticos. Há uma cota
de R$ 16,5 mil para viagens de trem.
Na Itália, os deputados
dispõem de passes para viajar de graça de avião, trem e navio. Recebem auxílio
anual o deslocamento até os aeroportos: entre R$ 9,3 mil e R$ 11,2 mil.
No Brasil surgiu uma mudança, em vez
da miríade de cotas (indenizatória, postagem, telefone, impressão,
assessores, etc.) dispõem de uma supercota. Os valores continuam os mesmos
entre R$ 23 mil e R$ 34 mil mensais, a depender do Estado de origem do
deputado.
Fonte
referencia: http://blog.andersoncosta.net.br/20090520108/Blog-Posts/deputado-sai-mais-caro-no-brasil-do-que-no-1o-mundo.html
– 20 maio 2009