11 de dezembro de 2011

Antes de dar passos pela cozinha, deve-se caminhar pelo Mundo! (passeando por Istambul)

Seguindo ipsis litteris o ditado, iremos (eu!! você me segue lendo :)) pelo mundo numa viagem de conhecimento, cultura, história, engenharia, e, o principal... gastronomia.
Mochila nas costas, passaporte, acompanhe-me e boa viagem!

Istambul (em turco: İstanbul), é a capital da área metropolitana (com 13.120.596 habitantes e densidade de 7.166,12 hab/km2) e da província de Istambul. Foi denominada Bizâncio até 330 d.C., e Constantinopla até 1453, nome bastante difundido no Ocidente até 1930. Durante o período otomano, os turcos chamavam-na de Istambul, nome oficialmente adotado em 28 de março de 1930.
Mapa territorial da Turquia e ponto indicando Istambul (Wikipedia)
É a quinta maior cidade do mundo, rivalizando com Londres como a mais populosa da Europa. 99,8 % da população é muçulmana (sunitas 80%, xiitas 19,8%), e 0,2 % de cristãos e judeus.
Atualmente, embora a capital do país seja Ancara, Istambul continua sendo o principal polo industrial, comercial, cultural e universitário (aí estão sediadas mais de uma dezena de universidades) do país de 779.452 km2. É a sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, sede da Igreja Ortodoxa.
A cidade ocupa ambas as margens do Estreito do Bósforo e do norte do Mar de Mármara, os quais separam a Ásia da Europa no sentido norte-sul, uma situação que faz de Istambul a única cidade que ocupa dois continentes (os pontos turísticos mais importantes estão do lado europeu). A parte central da parte europeia é por sua vez dividida pelo estuário do Corno de Ouro.
 Vista aérea da Cidade de Istambul (Google Maps)
No lado europeu há duas zonas com mais destaque em termos de movimento de pessoas e patrimônio cultural: o mais antigo, onde se situava o núcleo da antiga Bizâncio e Constantinopla, correspondente ao atual distrito de Fatih fica a sul do Corno de Ouro, enquanto que Beyoğlu (o antigo bairro europeu medieval de Gálata) fica a norte. O centro da parte asiática tem contornos menos precisos, e ocupa parte dos distritos de Üsküdar e Kadıköy.
 Vista do Estreito de Bósforo
Algumas zonas históricas da parte europeia de Istambul foram declaradas Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1985. Em 2010, a cidade foi a Capital Europeia da Cultura e é candidata à organização dos Jogos Olímpicos de 2020. Devido à sua dimensão e importância, Istambul é considerada uma megacidade e uma cidade global.

Alguns conselhos:
Para conhecer a cidade gastando pouco, chegue na noite anterior e aproveite o nascer do Sol, hospede-se no centro histórico para andar boa parte a pé. Passeie pela praça do obelisco egípcio, a Coluna Serpentina e a Coluna de Trajano antes de entrar na Mesquita Sultão Ahmed (logo que abre, pelas 9h, é grátis a entrada); tem a Mesquita de Hagya Sofia (uns $ 38 TRL), ao lado dela a Cisterna de Yerebatab (bem antiga e formada por colunas saqueadas de templos gregos e egípcios, $ 25 TRL). Nessa praça, o Palácio Topkapi e a Torre de Gálata, construída pelos genoveses.
Tudo praticamente no mesmo quarteirão e numa manhã!
Pode almoçar ou pegar o metrô até o porto, passeie pelo Estreito de Bósforo ($ 50 TRL). Você pode fazer belos passeios partindo da área de Bebek em direção a Arnavutkoy ou em direção a Sariyer. Ao retornar, vá ao Grand Bazar depois da praça Sultanahmet (para não fugir as tradições, pechinche muito!!).
 Bazar próximo a praça Sultanahmet - Istambul
Evite se locomover (trem, táxi, ônibus) durante horários de pico, como comentei, a caminhada a pé é ótima opção. Não ha muito problema de locomoção durante a manhã nos pontos turísticos e áreas hoteleiras.
 Vista do trânsito de Istambul
Você pode pegar um taxi com muita facilidade, o uso do taxímetro é obrigatório e são bem mais baratos que na Europa, tente sempre pegar no hotel ou vá a um mais próximo para pegá-lo. Use mapas para não ficar rodando.
 Taksi em Istambul
Não recomendo pegar ônibus (otobus) a não ser que tenha todo o tempo do mundo :) a não ser o de citytur com duplo piso e vista panorâmica e percursos e horários pré definidos.
O mais importante deixo por último: 
respeite a religião e os costumes!

As passagens para o trem de superfície (Tramvay), metro (não se recomenda pegar pois são sem destinos turísticos), trem subterrâneo (funicular é uma pequena linha de trem subterrâneo que só tem duas linhas ou o Tunel eu Karakoy, estes para pontos turísticos), e barco (o governo fornece serviço de transporte público através dos barcos para a população e em diversas partes da cidade você pode pegar um. Para os turistas é interessante fazer o passeio de barco de uma hora saindo de Ortakoy e retornando ao mesmo ponto. Esse passeio geralmente é feito durante o verão na parte da tarde, dura uma hora e você vê uma parte do Estreito do Bosfóros, o barco vai até a segunda ponte) se chama Jeton e você pode comprá-las em quiosques perto de cada estação.
A maioria dos transportes públicos termina seu serviço por volta da meia noite e os táxis cobram tarifa noturna também a partir da meia-noite.

Como opção para bebidas e comidas típicas de Istambul, passarei algumas opções, lógico que com mochila nas costas, num hotel ou albergue, dificilmente irei cozinhar mas veja como é fácil de fazer até mesmo no Brasil.
Ayran - Iogurte salgado, geralmente bebido acompanhado de um kebab (aqui no Brasil conhecemos o primo, Churrasco Grego).
Para distrair o desejo no lugar de um sorvete ou o vício por um refri industrializado, é básico e rápido de se fazer e consiste em simplesmente pegar 1 copo de iogurte integral consistência firme, de preferência, 1 pitada de sal e mais 1 copo de água gelada, misturar com colher até dissolver ou bater tudo no liquidificador.
Para beliscar ou como lanche... uma receita de crepe com batata (na Holanda mostro como fazer dê...)
Gozleme - Crepe turco (massa um pouco mais grossa que a do crepe francês, recheios semelhantes), que deriva da palavra göz que significa olho em Turco, são muito populares e com vários tipos de recheio.
Para fazer mais ou menos 8 crepes, misture 250g de farinha na bancada com 1 colher de sal e água (quase 100ml) aos poucos, amassando bem até obter uma massa facilmente moldável. Cubra a massa com um pano úmido e deixe repousar por 30 minutos.
Sugiro o crepe de batata (Patatesli Gözleme) como um dos diversos recheios:
Doure levemente 1 cebola média picada no azeite com 1 pimenta vermelha e pitada de sal, acrescente 5 batatas cozidas e esmagadas (no garfo mesmo)
Divida e afine a massa em porções iguais de 30-35cm de diâmetro, coloque o recheio e dobre tipo meia lua. Frite-os no azeite (é lógico!).
 Crepe com batata (Patatesli Gözleme)
A bebida ideal para acompanhar estes crepes é sem dúvida o chá turco mas recomendo outra bebida para complemento ou para a “balada”.
Raki – bebida mais forte que vodka por isso deve ser misturado com água antes de ser bebido. É uma bebida típica destilada, produzida essencialmente a partir de uvas secas, mas também existem variedades produzidas a partir de uvas frescas (Yaş Uzum Rakısı). É aromatizado com anis e apresenta um teor de álcool que pode variar entre os 40 e os 50 por cento.
Pode ser conhecida por nomes diferentes, tais como Arak (que pode significar “doce”), Araka, Araki (respectivamente, "o que torna algo doce") e Ariki, nomes que têm todos a mesma origem (é de fácil compra nos supermercados e casas de bebidas no Brasil).
Nota sobre etílicos: não caia no "nuts free", não é drink grátis!

Outras informações:
GPS: 41° 01' N 28° 58' E , Bandeira: , Altitude: 1m a 37m;
Temperatura: mediterrâneo e temperado continental com verões longos, quentes e úmidos, e invernos frios, chuvosos, ocasionalmente com neve que pode ser abundante (porém por poucos dias);
Moeda (kurus - pronuncia-se "kurush"), dividida em centavos, deriva do "Groschen" alemão.
Conversão (dez 2011: Euro/Nova Lira turca/Real) > 4,01 € <=> $10,00 TRL <=> R$ 9,79
                                                                                10,00 € <=> $24,95 TRL <=> R$ 24,12
Fuso horário: UTC + 2, ou + 5h de Brasília;
CEP e DDI:  34010-34850 e 212 (parte europeia),
                      80000-81800 e 216 (parte asiática);
Idioma falado: O turco ou osmandi de Istambul é a linguagem padrão e oficial mas são onze os dialetos do turco, além do padrão Istambul, falam também o inglês, francês e alemão;
Serviços básicos: energia elétrica (dois pinos redondos) 220 v, 50 Hz e gás natural distribuído pela estatal. Em cidades costeiras, a energia solar para aquecimento e água aquecida são largamente utilizados. Abastecimento de água com eficiente cloração e filtração e um sistema de esgotos gerido pela agência governamental.

Sobre a engenharia e problemas da cidade:
Toda grande cidade tem problema de poluição, locomoção, seja trem, metrô, barca; cada país, uma característica mas todos com uma peculiaridade, transporte individual não é solução em nenhum lugar do mundo. Outro problema encontrado em Istambul é o layout das vias urbanas e a existência de somente duas pontes. Optou-se por construir um túnel (diferente de qualquer obra no Brasil que não fica só como balela de campanha política, essa foi projeta e construída).
Idealizado no século 19 pelo sultão Abdülmecid I, a construção do túnel terminou em novembro de 2011. Em 7 de janeiro se dará luz verde para a licitação que decidirá qual empresa conectará as linhas de trem da parte asiática à europeia. E em 29 de outubro de 2013, coincidindo com o 90º aniversário da república turca, o projeto Marmaray será inaugurado em sua totalidade.
A estimativa é a de que, até 2015, os trens que vão circular pelo túnel devem transportar 150 mil passageiros por hora em cada sentido. O túnel foi montado com 11 segmentos metálicos, de 135 metros de comprimento cada um, a união dos segmentos foi feita com estruturas de borracha (elas impedem a entrada de água e garantem a flexibilidade necessária durante os terremotos, pois partes poderão se mover quando a terra tremer).
Uma das curiosidades desse projeto é que enquanto eles estavam cavando e trabalhando eles iam encontrando vários sítios arqueológicos, o que atrasou a conclusão da parte em terra firme (os restos do morador mais antigo de Istambul encontrado até hoje: uma tumba neolítica de 8.500 anos que contém os restos de uma criança). Uma prova de que estamos diante de uma obra-prima da engenharia é que o Marmaray foi construído a prova de terremotos e maremotos.
Segundo o ambientalista Sedat Kalem, do da ONG WWF a falta de água potável é uma ameaça. As fontes de água não conseguem abastecer uma população que pulou de 300 mil para quase 13 milhões ao longo do século 20. Não é possível aumentar o fornecimento. “Temos que pensar em soluções a longo prazo, como construir grandes reservatórios em torno da cidade ou conter os vazamentos da rede atual. Imagine: 25% da água potável é desperdiçada”.
Nota: sobre água para atender população, comentarei um exemplo de engenharia e planejamento que foi construído na China quando andar por lá (postar por aqui), que coloca a lenga-lenga das obras do Rio São Francisco no bolso!

Sobre a música na cidade:
Istambul é um viveiro mundial de música. Você pode se perder bastando seguir os seus ouvidos, mesclando sons tão antigos quanto os obeliscos e tão contemporâneo quanto as galerias de arte e o bairro de Beyoglu faz jus à sua reputação, e é um paraíso musical, conhecida por ser a área mais dinâmica artística da cidade.
Para se divertir, leve moedas (Liras) nos bolsos, esses encontros de rua oferecem naturalidade e tradição. Vale a pena abrir mão dos bares e clubes pelo menos uma noite. Os com gêneros vão de rockabilly a rhythm and blues. Encontrará também tournê de bandas internacionais. Se você quiser ficar com clássicos turcos, também existem inúmeros barzinhos de Meyhane (taverna turca); são geralmente pequenas e aconchegantes, e nos finais de semana, você encontrará músicos tocando Fasil (a forma local de música cigana).
Opção de música para finalizar o blog me despedir da cidade e pegar estrada:
 Kasap Havasi (música típica de Istambul)


Fonte e sugestão de leitura complementar: Wikipédia, business-with-turkey.com , brasilturquia.com.br , e internet

30 de novembro de 2011

Como e quem ganha dinheiro nos jogos das Loterias Federais.


Estava pensando o que postar para fechar o mês de novembro... a chuva constante me ajudou a desenvolver o tópico:
Como e quem ganha dinheiro nos jogos das Loterias Federais.
A utopia de todo brasileiro é ganhar sem trabalhar, por isso acaba jogando em qualquer dos jogos quase que diários por todos os pontos lotéricos espalhados no país.
A verdade é única! Quer ganhar muito dinheiro sem trabalhar? Vire um político :)
Agora o segredo que poucos não percebem, e os que sabem são muito bem pagos para esquecer. Lápis e bilhete, ops! Nem tanto.
Com toda a capacidade de processamento da central de resultados (terceirizada) não seria possível saber quantos bilhetes estão contemplados instantes após o último número sorteado? Ou só o pczinho do Silvio Santos é capaz dessa proeza?
O por que da pergunta entenderá.
Muitos suspeitam de esquema para burlar o resultado, mexendo de alguma forma na confecção das bolas ou no coletor da bola; porém pode-se esquecer esta alternativa por questões óbvias! Auditoria técnica olha primeiro as coitadas das bolinhas numeradas e depois o mecanismo do globo.

Como um truque de mágico surge a melhor opção:
Não se altera o resultado mas sim a quantidade de premiados.
Quem já viu um ganhador de interior, não residente?
Quem já auditou todos os bilhetes descontados para zerar com os que deveriam ser informados logo após sorteio?
Para entender:
Quem já conferiu no circuito interno da casa lotérica o rosto do suposto ganhador? É tão fácil (internamente) acrescentar mais bilhetes premiados que passa-se despercebido pelos outros reais apostadores e pelos gerentes das Caixa Econômica Federal a quantidade verdadeira de felizardos.
Uma analogia pra facilitar a tese: um dono de restaurante sabe quantos comensais almoçaram num determinado dia? Conferindo o canhoto das comandas sim, porém, se eu aparecer com um canhoto de comanda desse dia e solicitar o “direito” ao carimbo que, acumulado me dá uma sobremesa, como o dono poderia duvidar de minha atitude?
Para o governo não interessa se existe ganhador ou não, já contabilizou 54% do arrecadado no caixa. Se algum “santo” necessita receber por um serviço que não pode ser declarado, a solução é; ser dono de um dos bilhetes premiados.
Qual entidade no país faz auditoria (cruza informação visual da casa lotérica com o “santo” que reivindica o prêmio)? Resposta: nenhuma!
Futebol, novela, pseudo-doença de político “querido” pelo povo, tudo serve para distrair o odor da sujeira jogada no ventilador (tradução: escândalo vazado na imprensa), além de notícia paga nos telejornais de “ganhador que teve a sorte grande” na casa lotérica tal, no grotão do município de tal estado – não duvidaria se a fantástica história não incentivasse mais pessoas depositarem esperanças no caixa único do governo e esquecesse dos problemas de gestão governamental.
Antes que descorde, pense bem e lembrará de alguém que jogou ou passou a jogar depois de um prêmio dado num comércio próximo a vizinhança. Ou de um boato de um falso ganhador da rifa de seu bairro ou cidade.
Números são exatos e não nascem durante a noite, debaixo da fronha; exeto para a ex primeira dama que presenteou o filhinho com uma “big” fazenda de gado com herança e algumas notas que guardava. A tá!
Não sou materialista, sou até minimalista e não conseguiria juntar 11 caminhões de transportadora após 8 anos de assistencialismo. Só consigo juntar bons pensamentos e boas crônicas para deitar e sobre o meu minguado travesseiro, dormir de consciência limpa. Coisa difícil de se ver nos noticiários ultimamente.
Deixo o áudio de Salomão Schvartzman* como exemplo de cultura.
* O jornalista Salomão Schvartzman é um dos mais respeitados apresentadores do rádio brasileiro apresenta crônicas diárias sobre temas que rodeiam o imaginário do ouvinte, da política ao sexo, da economia à música, do comportamento humano à poesia. É Bacharel em Ciências Políticas e Sociais entre outras qualidades.



Audio da coluna do site www.band.com.br 

22 de novembro de 2011

(Des)autoria na web: Luis Fernando Veríssimo e "A vergonha" que não é sua.

Começo com a conclusão:
Uma andorinha não faz o verão e não causa aborrecimento mas inúmeras podem até não serem veranistas mas que deixam um rastro de “titica”, isso é irrefutável. E para os que descordarem:
"Sobre todas as coisas há 3 pontos de vista: o teu, o meu e o correto." (Provérbio Chinês)  


Se tem algo com a qual eu recomendaria atenção na Internet, além da relativa segurança do anonimato e dos “cliques em qualquer coisa” seria com a autoria de textos lidos por aí. A rede é um festival de palavras sem dono ou talvez, com excesso deles.
Semana passada recebi uma corrente repassando um texto crítico ao Big Brother Brasil chamado “A Vergonha”, atribuído ao escritor Luis Fernando Veríssimo. Falsamente atribuído diga-se de passagem pois o texto não é dele.
Para quem duvida aí vão algumas provas incontestáveis:

Para quem já leu uma obra de Veríssimo fica evidente que não se trata dele. Sem querer desmerecer o autor fantasma, mas falta o estilo. Veríssimo é irônico e sutil, enquanto “A Vergonha”  possui linguagem falha e repetições consideradas vexatórias em uma dissertação de colegial.
Por exemplo: as reticências aparecem 13 vezes em um texto de pouco mais de 70 linhas. E dez delas estão em um único parágrafo.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar.... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... namorar... ou simplesmente dormir. 
Isso está muito longe de ser um estilo de escrita com pontuação especial, não?
E agora o brinde do negócio. Algo que um escritor jamais faria. Seria um sacrilégio. Pai Mei arrancaria os próprios olhos se tivesse de ler isso.
[…] Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB 
Apesar de todos esses “poréns”, ainda tem os argumentos moralistas e amplamente discutíveis dos quais não pretendo discorrer.
Não, não assisto BBB. Sou obrigada a usar filtros no Tweetdeck a partir de um certo horário porque começa uma enxurrada de hashtags relacionadas ao reality show. Não sei se a atual edição é essa putaria toda mesmo, mas convenhamos… o texto usa de argumentos rabugentos. Pesados demais para a sutileza de Veríssimo.
Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.”
Muitas pessoas acreditaram na suposta autoria do texto, deleitando-se por alguém de peso ter voz para dizer tudo aquilo que lhes parecia entalado na garganta. Pois bem, alguém escreveu. Porém não aquele a quem gostariam.
Muitos outros textos de autoria trocada pipocam todos os dias na rede. E uma vez colocado no ar e repassado de email em email eliminam-se as chances de um verdadeiro esclarecimento.
Uma vez me deparei com um texto atribuído a Herbert Vianna, mas na verdade a autora era a jornalista Rosana Hermann. Na época bastou uma visitinha ao Google para confirmar a autoria, e olha que a descoberta nem foi com esse link de falha épica postado há pouco. Mesmo assim continuam espalhando esses escritos crendo serem de autoria do cantor, tendo assim o mesmo destino de muitas outras crônicas por aí.
Muitos são vítimas desse tipo de coisa: Martha Medeiros, Arnaldo Jabor, Pasquale Cipro Neto. Aliás este último parece ter se acostumado à profusão de palavras não ditas, embora ainda se ocupe em desmenti-las quando possível.  
A INTERNET É UMA maravilha -e disso ninguém duvida, suponho. No entanto, se/quando é mal usada, não passa de uma grande bobagem. Uma das tantas provas disso é a livre circulação de textos "escritos" por Luis Fernando Verissimo, Arnaldo Jabor, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Luis Borges, Mário Quintana, Pasquale Cipro Neto etc.
Opa! Pasquale Cipro Neto sou eu! E, até prova em contrário, não fui informado de ser o "autor" de algumas bobagens que circulam por aí (continue lendo…)
Sério, eu gostaria de entender quem faz esse oba-oba autoral. De onde vem esses escritos de autoria duvidosa? Seria de quem concorda e gosta do que leu mas julgam que um joão-ninguém não seria bom o bastante para receber atenção massiva? Ou isso partiria de seu próprio autor, em um claro exemplo de baixa autoestima?
Mistérios da vida…

NOTA DE ESCLARECIMENTO: só pra mostrar como correntes e e-mails na maioria, não condizem com a verdade além de serem atemporais as tais notícias via web - montei este post após indesejáveis correntes na caixa de email.  Este post não é de minha autoria (http://www.limaoemlimonada.com.br/2011/02/desautoria-na-web-luis-fernando.html), usei fonte e padrão para te ludibriar :) Quem já conhece minha escrita foi “enganado” propositalmente. 

Deixo um alerta: tome cuidado ao ler, abrir, comprar, repassar e comentar pois o que possa parecer verídico talvez tenha uma malícia mesclada com incultura e desinformação que resultam numa “verdade” oriunda de um maléfico boato.

AGORA UMA ARTE ORIGINAL DE VERÍSSIMO:
Extraída da crônica "As Aventuras da Família Brasil"

17 de novembro de 2011

Lupi vai ao Senado para explicar denúncias.



O discurso do Ministro "pinóquio" Lupi dá nojo! O discurso é tão manipulado que se o "santo" Lupi tivesse estuprado uma menina de 9 anos, alegaria que o fez por sofrer de labirintite ou por perceber que a criança estava com frio por estar nua, ficar nu e ficar ralando corpo para esquentá-la.
Mas ladrão e mentiroso, depois que negocia o discurso com a Dilma, dá nisso: fala politicamente correta, transmite inocência, paparica o Lula, parece que é a presidenta dando esclarecimento, ou seja, campanha política.
Quantos ministros exonerados foram presos? Quantos serão? Mensalão prendeu alguém?
Estas audiências para esclarecimento não concluem nada. Que vergonha! Ministro ladrão até que é aceito tranquilamente no governo (não foge à regra), mas ministro mentiroso não dá!
Se o Lupi tentou ser criativo, pensado que iria ganhar um "Oscar" de interpretação nesse drama político, esqueceu de pagar bem aos "redatores" para encobrir a verdade. Se tivesse seguido a cartilha do Lula: não vi, não ouvi, não sei de nada; estaria tudo "certo" ainda.
Conforme dados do IBGE, o ex-presidente Lula tem 80% de carinho dos 100% de Corinthianos entrevistados (e não da população em todo Território Nacional - detalhe não divulgado). Por que será? 
Resposta lógica: manipulação de resultado para fins políticos. É fazer a população de idiota sempre quando tem algum escândalo no governo.
A única coisa que sei é que: pesquisa e resultado percentual é maquiado - não representa 100% a verdade.
Segue o resumo da audiência transcrito pelo Estadão e Agência Estado na data de 17 de novembro:
No Senado, Lupi admite viagem em avião, mas nega ter mentido. (Andréa Jubé, da Agência Estado, e Lilian Venturini, do estadão.com.br)
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, participa na manhã desta quinta-feira, 17, da audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, na qual presta novas explicações sobre as denúncias de corrupção e tráfico de influência contra ele. Com uma postura contida, em contraste com o estilo irônico nas manifestações anteriores, Lupi admitiu ter viajado em um avião contratado pelo presidente da entidade Pró-Cerrado, Adair Meira. Enfatizou, porém, que não mentiu na Câmara, quando disse não ter contato Adair Meira,cuja ONG tem contratos milionários com o Ministério do Trabalho.
Nunca neguei que o conheço, não disse isso”, afirmou Lupi, que afirma ter sido mal interpretado. “O que me foi perguntado foi sobre a relação pessoal [com Adair]“, disse. O ministro admitiu ter viajado no avião King Air, durante uma agenda no Maranhão, em 2009, mas diz que a questão é saber quem pagou pelo aluguel da aeronave. “Meu erro pode não ter sido checar com a devida apuração que devia. O senhor, que a revista acusa de ter pago a aeronave, disse que não pagou, publicamente. Quero saber do que estou sendo acusado”, disse. Vídeo revelado nessa terça-feira, 15, pelo site da revista Veja, mostra o ministro com Adair, durante viagem oficial ao Maranhão, em dezembro de 2009. “Eu viajei com o ministro num trecho, isso eu confirmo”, afirmou Meira em entrevista ao Estadão.com.br.
Acompanhe abaixo os principais momentos da audiência:

12h40 – Lupi: “Só queria o direito de falar. A gente não pode condenar as pessoas sem prova. Não pode ter uma página inteira acusando e três linhas de defesa.” O presidente da comissão, senador Jayme Campos (DEM-MT) elogia a iniciativa do ministro de ter comparecido à audiência e encerrou a sessão.
12h32 – Lupi responde às questões da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) sobre criações de confederações e convênios com entidades ligadas a setores da pesca. Segundo o ministro, as criações atendem à portaria federal e os convênios foram firmados de acordo com regras estabelecidas pelo Ministério da Pesca.
12h27 – Ministro discorda do senador Cristovam Buarque, que defendeu a saída do PDT do governo Dilma. “Nossa presença do governo é afirmação da causa trabalhista.” “Nosso papel, quanto partido, é ter a capacidade de permanentemente ser fiel à sua história. Temos um lado, o lado do trabalhador”, afirmou.
12h10 – Kátia Abreu (PSD-TO), última a fazer questões, expõe números do Condefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), que, segundo ela, indicam falhas de administração do ministério, como a ligação da pasta com entidades de fachada. Pede detalhes da prestação de contas do convênio com a ONG Pró-Cerrado. A senadora pede ainda esclarecimentos sobre o convênio firmado com uma ONG carioca e, por fim, questiona o que justificou a mudança de perfil do ministério de passar a dedicar mais recursos a ONGs e a retirar de governos estaduais e municipais. A senadora apresentou dados de que, em 2007, ONGs receberam R$ 17 milhões do ministério e, em 2010, receberam R$ 103 milhões.

11h51 – Inácio Arruda (PC do B-CE): “Estão exigindo a sua renúncia porque o senhor é a bola da vez. O senhor tem que cair de qualquer jeito. Consideramos que não podemos aceitar esse tipo de investida. Não se trata da vossa excelência. Se trata do alvo central [a presidente Dilma]. Precisamos ter capacidade de raciocinar nesse cenário”, diz o senador para quem a sucessão de denúncias tem como objetivo enfraquecer o governo da presidente Dilme ROusseff. “O que queremos é a ajuda do PDT para democratizar a mídia no Brasil. Não queremos regular ninguém. Permitir que todos possam dizer a sua verdade. Não quero ser editado na base da covardia.”
11h42 – O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), igual ao colega Pedro Taques, também defende a saída do PDT do governo. “Diante dessas dúvidas que surgem [contra o ministro], temos que pensar se não é hora do PDT apear-se do governo. É sintomático que o PT não esteja aqui [na audiência pública]“, afirmou. Não vejo porque estarmos dentro do governo. Deveria apear e não indicar ninguém”, disse o senador, que sugeriu postura independente do partido no governo Dilma. “Talvez seja essa uma solução. A saída nos permitiria reaglutinar a identidade que está perdida.”
11h34 – Ao senador Pedro Taques (PDT), que defendeu seu afastamento do cargo, Lupi respondeu: “Respeito a sua opinião. Dá ao teu amigo de lutar pela verdade dele. Só quero ter a chance. Não está o cargo em função aqui. Já marquei a história. Me dê o direito de mostrar à população que o que falam não corresponde à verdade”. Nesse momento, mais três senadores farão perguntas.
11h31 – Lupi responde às questões e diz que a aeronave não foi paga, mas foi cedida. Faz toda a agenda ministerial no gabinete do ministro. Temos coordenação de agenda. Quando vou no Estado, município, também tem atividade partidária e, nesse caso, o diretório cuida [da agenda]. “Meu cargo de confiança é da presidente. A qualquer momento qualquer um dos 37 ministros podem ser demitidos. Ao responder à senadora Marinor Brito (PSOL-PA) rebateu as críticas de usar o ministério para fins partidários: Às vezes a gente entra no carro e nem sabe quem está do seu lado dirigindo. Toda pessoa de vida pública pode estar sujeita a cumprimentar alguém fora da lei e isso ser usado contra a gente. Passei a ter mais cuidado.”
11h20 – Após o colega de partido, senador Acir Gurgacz (RO) falar e dar apoio ao ministro, o também pedetista Pedro Taques (MT) fala na audiência. “Com toda lealdade, entendo que o PDT deve se afastar do ministério porque nesse momento não detém mais a confiança para permanecer nesse ministério. É a minha opinião.” “Não sou jurista, agora politicamente entendo que esses fatos são graves e estão a merecer maior investigação. Com o respeito ao trabalho que o senhor exerceu, com respeito ao partido, mas politicamente não temos mais condições de exercer mais esse ministério. Não há democracia sem partido político, mas o mais importante é a defesa do patrimônio público. Tenho certeza de que vossa excelência respeita minha opinião, da mesma forma que respeito a sua, de não sair do ministério.”
11h13A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) questiona se o ministro vai exonerar funcionários da pasta envolvidos nas denúncias. “O PSOL está alinhado não para demonizar, mas para exigir moralidade”, afirmou em tom exaltado.
11h06 – Senador Demóstenes Torres (DEM-GO) abre a segunda série de perguntas. O democrata lembra que o partido e o ministério já negaram o pagamento do avião usado na viagem em que teria sido acompanhado pelo dirigente da ONG Pró-Cerrado. O senador lê agora declarações do dirigente, Adair Meira, sobre a relação da entidade com o ministério e o contato que tem com Carlos Lupi. Por fim, pergunta se o ministro desconhece como são feitas as escolhas dos veículos onde ocorrem suas viagens. A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) fará a pergunta seguinte.
10h52 – Lupi rebate a fala do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) de que teria mentido. Segundo o ministro, ele não negou que tivesse andado em avião ligado ao presidente da ONG porque essa questão não foi formulada durante audiência na Câmara. “A minha resposta foi dada”, rebateu.
10h45 – O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) elogia o ministro por ter reconhecido que errou. “É natural que possa ter esquecido um nome. É importante esse esclarecimento e hoje, felizmente, a vossa excelência tem a oportunidade de esclarecer”. Após a fala dos três senadores, Carlos Lupi responderá a cada um deles.
10h33Alvaro Dias (PSDB-PR): Há aparelhamento visível [do PDT no Ministério do Trabalho]. Agora, a senadora Ana Amélia (PP-RS) questiona se houve uma ligação do ex-presidente Lula a Lupi e o que foi tratado na conversa. “O senhor diz que está sendo demonizado. Quem está querendo demonizá-lo?”, pergunta também. “Como é possível fiscalizar e avaliar esses convênios [são cerca de 600]?”, questiona a senadora, que defende que o modelo de gestão atual, que repassa dinheiro a ONGs, parece não funcionar adequadamente.
10h22 - Senador Álvaro Dias (PSDB-PR): “Vossa excelência está subestimando a inteligência dos brasileiros. Ouvimos o senhor dizer taxativamente que não viajou naquele avião. E vossa excelência confirma agora que viajou. Não importa se tem relação com o senhor Adair [presidente da ONG]. O fato concreto é que vossa excelência mentiu ao afirmar que não viajou naquele avião. Não importa saber quem pagou ou não. Configura o crime de responsabilidade. A permanência da vossa excelência [no ministério] diante desse fato compromete o governo e a presidente Dilma. Se a presidente pede para a vossa excelência permanecer, ela é cúmplice desses fatos. “
10h18 – Lupi: “Todos esses eventos foram publicitados [em referência a viagens feitas em 2009. Eu não tenho o que esconder". O ministro concluiu sua fala e agora é aberta a sessão para perguntas. O primeiro será o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
10h12 - Lupi: "O acusador nega a acusação: ele diz que não pagou o aluguel da aeronave." Ministro lê registros da agenda cumprida por ele em dezembro de 2009, quando teria andado no avião do presidente da ONG. "Toda essa estrutura utilizada, quando envolve agenda partidária, eu peço para o partido disponibilizar. Podem ter usado carro ou avião de quem não conhece. Meu erro pode não ter sido checar com a devida apuração que devia. O senhor, que a revista acusa de ter pago a aeronave, disse que não pagou, publicamente. Quero saber do que estou sendo acusado." "Quem tem que explicar o pagamento dessa aeronave, não sou seu. Eu fui de carona do Ezequiel [ex-secretario do Ministério do Trabalho Ezequiel Nascimento]. Eu não pedi a aeronave. E pela informação pública dada pelo senhor Adair, ele não pagou.”
10h02Lupi: “Eu não tenho nenhuma relação [com Adair Meira]. Não sou amigo dele. Foi o que eu respondi: ‘Com certeza já o encontrei’. Queria que explicasse o contexto [da resposta].” “O que me foi perguntado foi da relação pessoal”, insistiu. “Verifiquem as prestações de contas. Verifiquem como foi feita a entrada dessa entidade no ministério.” “Nunca neguei que eu não o conheço [Adair Meira], só que não tenho relação pessoal com ele.”
9h57 – Assim como fez na Câmara, na semana passada, Lupi lembrou que há deficiências de pessoal no Ministério do Trabalho e que não há qualquer sistema de favorecimento ao partido ao qual é filiado, PDT. Nesse momento, Lupi relê a pergunta feita a ele na Câmara sobre as relações dele com Adair Meira, presidente da entidade Pró-Cerrado, com quem teria viajado em avião particular em dezembro de 2009.
9h52 – Lupi disse que será breve para dar mais tempo aos senadores. “Precisamos fazer um debate em que damos o amplo direito de defesa ao cidadão”, afirma o ministro, que começou sua fala lembrando o papel da imprensa brasileira. Segundo ele, a imprensa não pode “condenar” quem quer que seja.
9h46 – O presidente da Comissão de Assuntos Sociais abre a audiência pública com o ministro Carlos Lupi, que terá trinta minutos para falar. Em seguida, a sessão é aberta para os senadores fazerem perguntas.

 Coletiva do Senador Álvaro Dias após a Comissão do Senado.

10 de novembro de 2011

Se aprovada, nova lei dos royalties vai diminuir receita dos estados produtores


Os royalties são tributos pagos pelas empresas aos municípios e estados de onde o petróleo é extraído, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo. Eles são uma compensação financeira à sociedade pela exploração desses recursos não-renováveis.

A silenciosa disputa pelo petróleo – (Carta Capital 06/11/2011)
Às vésperas de eleições municipais, integrantes do Congresso evitam polêmica, mas Rio de Janeiro prepara reação à proposta de divisão aprovada no Senado.
Existe apenas um consenso entre os que discutem a nova distribuição dos royalties do petróleo, um assunto que deveria estar dominando as manchetes, mas continua como uma batalha silenciosa travada apenas no âmbito do Congresso.

Comecei quente né. Sou capixaba e infelizmente acredito em melhorias até o último momento – doença de brasileiro.
Sobre os Royalties comento:
ICMS de origem foi cortada no caso do petróleo;
Governo arrecada e devolve migalha e força cancelamento de contrato e arrecadação já firmado para esse ano;
Alto mar é da União mas o município que recebe e faz a logística tem o meio ambiente alterado além de alterar-se o percentual de habitantes, surgindo problemas diretos e indiretos;
Dividir não é o problema mas sim o desaparecimento do recursos adquiridos, principalmente no caixa único da União.
Até agora não foi dito ou auditado o destino dos royalties. Penso que deve ser aplicado diretamente em:
* construção de escolas profissionalizantes nas áreas relacionadas ao petróleo (técnico em petróleo, resgatista offshore, logística, alimentação industrial, meio ambiente, profissionalismo médico de offshore);
* construção de hospitais, equipes de resgate e projetos de reposição ambiental preventiva e corretiva (em caso de sinistro).

Não considero correto o uso dos royalties para:
* escolas normais, saúde básica, profissionais de saúde, esgoto, pavimentação, pagamento de funcionalismo, iluminação e segurança pública, habitação, cultura, pois são de responsabilidade do Estado e da União.

Percebo que se busca manter ou dividir os ovos da galinha de ouro mas em momento nenhum se questiona o real destino do montante arrecadado. É uma versão da DRU com ênfase exclusiva ao ouro negro.

Outro assunto que deixo publicado é de autoria do Serra - A democracia da competência (Estadão 10/11/2011)
Não tenho publicado pois meu HD com meus pré-textos, assuntos e outras coisas passou para um mundo paralelo, antes do back-up mensal, ao qual não tenho acesso. Boa leitura!
É preciso profissionalizar o estado brasileiro. Para isso é necessária a tal “vontade política”, que é a disposição para mudar o que está errado. Mas só ela não basta: é preciso também criar as condições da profissionalização. Começo relatando um caso e chego a uma proposta que, entendo, contribuiria para modernizar o país e democratizar as relações entre estado e sociedade à medida que estimularia a competência no serviço público e dificultaria os assaltos ao erário.
Quando eu era ministro da Saúde, recebi um senador, homem sério e combativo.
Serra, como você sabe, o cargo de coordenador da FUNASA no meu estado está vago. Eu queria lhe sugerir um grande técnico, correto e com experiência.
Olha, não posso nomear alguém por esse caminho. Há os governadores, senadores, grupos de deputados… Se eu atender a um, vou ter de atender aos outros, que nem sempre trariam bons nomes como o seu. Além disso, eu não posso por alguém num cargo importante que dependa de um político.
O cara é muito bom!
Acredito! Mas não me diga quem é. Deixe que o Mauro Ricardo [então presidente da Funasa] me apresente a lista de nomes que está levantando. Se o seu técnico for bom como você diz, vai ser o escolhido.
Esse diálogo aconteceu de verdade, e o senador, até hoje meu amigo, compreendeu. A Funasa é a Fundação Nacional de Saúde, responsável, durante minha gestão, pelas ações de prevenção e controle de doenças, de saneamento básico e ambiental e de assistência à saúde dos povos indígenas. Seu papel é importante na grande maioria dos estados. Era, havia anos, vítima de uma forma peculiar de preenchimento das gerências regionais. O grupo político ligado ao governo federal que perdia a eleição local recebia, como consolo, a chefia do órgão no estado. Isso criava conflitos políticos e de coordenação entre a Funasa, a secretaria estadual e as secretarias municipais de Saúde. Nem sempre o Ministério da Saúde mandava na Funasa do estado. E o que dizer, então, da malversação de dinheiro público?
Além de não aceitar mais indicações, prestigiar servidores experientes e promover frequentes auditorias, tomamos uma providência inédita: dois decretos do presidente FHC exigindo que os gerentes regionais fossem servidores do Ministério da Saúde com nível superior, que ocupassem cargo em comissão ou função de confiança por mais de cinco anos e que tivessem, no mínimo, dois anos de chefia. Assim, o profissionalismo foi vencendo o clientelismo. A Funasa mudou de cara e melhorou muito seu desempenho.
Sabem qual foi uma das primeiras providências do governo do PT, já em março de 2003? A revogação dos dispositivos dos decretos que vedavam o uso político da instituição. Afinal, era preciso acomodar os membros do próprio partido e dos aliados — pessoas, na sua maioria, estranhas ao serviço público e ineptas técnica e gerencialmente.
Assim, a Funasa virou o lugar geométrico dos escândalos mais visíveis na área da Saúde. Houve fraudes até no atendimento à saúde indígena. Mas em vez de retomar o controle do órgão, o governo atual decidiu retirar de seu âmbito a área de epidemiologia e controle de doenças e da saúde indígena. Em nove anos, assistiu-se à alta rotatividade do loteamento de seus cargos e à destruição de uma instituição responsável por grandes avanços na saúde pública brasileira.
Outras experiências dramáticas na área da Saúde foram os loteamentos políticos de duas instituições que criamos — a Agência de Vigilância Sanitária e a Agência Nacional de Saúde, voltada para a regulação dos seguros e planos de saúde. O Senado referendou a indicação pelo Executivo, de diretores com perfil técnico e gerencial. Na época, ninguém procurou o Ministério da Saúde ou a Casa Civil para sugerir nomes para as duas agências. Não havia mercado de indicações.
O poder de um diretor de agência é imenso, pois desfruta de estabilidade durante seu mandato. Mas o governo Lula mudou o padrão, e várias diretorias foram sendo preenchidas por “representantes” de partidos. O caso talvez mais simbólico de nomeação esdrúxula foi o do atual e controvertido governador de Brasília, Agnelo Queiroz. Depois que perdeu a eleição para o Senado em 2006, descolou um cargo na diretoria da Anvisa, até se candidatar ao governo, em 2010.
É preciso acabar com o loteamento dos cargos de livre nomeação, os chamados cargos em comissão — que, na administração federal direta, chegam a 24 mil. A solução não consiste em substituir esses cargos em comissão por cargos concursados, que criariam uma rigidez excessiva, nem apenas em reduzir o seu número, o que, aliás, precisa ser feito.
O meio mais adequado seria o da certificação, como fez a Funasa no governo FHC, fixando requisitos mínimos para os ocupantes de todos os cargos de livre provimento. Por exemplo, os cargos gerenciais de nível operacional deveriam ser reservados a funcionários de carreira do próprio órgão, e, entre eles, os mais preparados. Além de valorizar os servidores públicos, isso garantiria que as mudanças de governo não afetassem o dia-a-dia da administração.
Para os cargos de direção de maior nível hierárquico, seria admitida a contratação de pessoas externas ao serviço público, mas com exigências de formação profissional compatível e experiência anterior em cargos gerenciais.
Enfim, haveria uma matriz de dupla entrada, relativamente ampla, de cargos e requisitos. Essas regras seriam aplicadas mesmo nos casos de provimento não tão livre (pois exigem aprovação do Senado), como as agências reguladoras.
As novas normas, estendidas a estados e municípios e implantadas de forma gradual, dinamizariam e melhorariam o sentido de muitos cursos técnicos e universitários, que não oferecem bons lugares no mercado de trabalho. Os cursos voltados à administração pública passariam a ser mais do que a bola da vez: fariam parte da profissionalização do estado brasileiro, ou seja, da melhoria na prestação de serviços a quem, de fato, paga a conta: o povo brasileiro.