Começo com a conclusão:
Uma
andorinha não faz o verão e não causa aborrecimento mas inúmeras
podem até não serem veranistas mas que deixam um rastro de
“titica”, isso é irrefutável. E para os que descordarem:
"Sobre
todas as coisas há 3 pontos de vista: o teu, o meu e o correto."
(Provérbio Chinês)

Se
tem algo com a qual eu recomendaria atenção na Internet, além da
relativa segurança do anonimato e dos “cliques
em qualquer coisa”
seria com a autoria de textos lidos por aí. A rede é um festival de
palavras sem dono ou talvez, com excesso deles.
Semana
passada recebi uma corrente repassando um texto crítico ao Big
Brother Brasil chamado “A
Vergonha”,
atribuído ao escritor Luis Fernando Veríssimo. Falsamente atribuído
diga-se de passagem pois o texto não é dele.
Para
quem duvida aí vão algumas provas incontestáveis:
Para
quem já leu uma obra de Veríssimo fica evidente que não se trata
dele. Sem querer desmerecer o autor fantasma, mas falta o estilo.
Veríssimo é irônico e sutil, enquanto “A
Vergonha”
possui linguagem falha e repetições consideradas vexatórias em uma
dissertação de colegial.
Por
exemplo: as reticências aparecem 13 vezes em um texto de pouco mais
de 70 linhas. E dez delas estão em um único parágrafo.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar.... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... namorar... ou simplesmente dormir.
Isso
está muito longe de ser um estilo de escrita com pontuação
especial, não?
E
agora o brinde do negócio. Algo que um escritor jamais faria. Seria
um sacrilégio. Pai Mei arrancaria os próprios olhos se tivesse de
ler isso.
[…] Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB
Apesar
de todos esses “poréns”, ainda tem os argumentos moralistas e
amplamente discutíveis dos quais não pretendo discorrer.
Não,
não assisto BBB. Sou obrigada a usar filtros no Tweetdeck a partir
de um certo horário porque começa uma enxurrada de hashtags
relacionadas ao reality show. Não sei se a atual edição é essa
putaria toda mesmo, mas convenhamos… o texto usa de argumentos
rabugentos. Pesados demais para a sutileza de Veríssimo.
“Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.”
Muitas
pessoas acreditaram na suposta autoria do texto, deleitando-se por
alguém de peso ter voz para dizer tudo aquilo que lhes parecia
entalado na garganta. Pois bem, alguém escreveu. Porém não aquele
a quem gostariam.
Muitos
outros textos de autoria trocada pipocam todos os dias na rede. E uma
vez colocado no ar e repassado de email em email eliminam-se as
chances de um verdadeiro esclarecimento.
Uma
vez me deparei com um texto atribuído a Herbert Vianna, mas na
verdade a autora era a jornalista Rosana Hermann. Na época bastou
uma visitinha ao Google para confirmar a autoria, e olha que a
descoberta nem foi com esse link de falha épica postado há pouco.
Mesmo assim continuam espalhando esses escritos crendo serem de
autoria do cantor, tendo assim o mesmo destino de muitas outras
crônicas por aí.
Muitos
são vítimas desse tipo de coisa: Martha Medeiros, Arnaldo Jabor,
Pasquale Cipro Neto. Aliás este último parece ter se acostumado à
profusão de palavras não ditas, embora ainda se ocupe em
desmenti-las quando possível.
A INTERNET É UMA maravilha -e disso ninguém duvida, suponho. No entanto, se/quando é mal usada, não passa de uma grande bobagem. Uma das tantas provas disso é a livre circulação de textos "escritos" por Luis Fernando Verissimo, Arnaldo Jabor, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Jorge Luis Borges, Mário Quintana, Pasquale Cipro Neto etc.
Opa! Pasquale Cipro Neto sou eu! E, até prova em contrário, não fui informado de ser o "autor" de algumas bobagens que circulam por aí (continue lendo…)
Sério,
eu gostaria de entender quem faz esse oba-oba
autoral. De onde vem esses escritos de autoria duvidosa? Seria de
quem concorda e gosta do que leu mas julgam que um joão-ninguém não
seria bom o bastante para receber atenção massiva? Ou isso partiria
de seu próprio autor, em um claro exemplo de baixa autoestima?
Mistérios
da vida…
NOTA
DE ESCLARECIMENTO: só pra mostrar como correntes e e-mails na
maioria, não condizem com a verdade além de serem atemporais as tais notícias via web - montei este post após indesejáveis correntes na caixa de email. Este post não é de minha
autoria
(http://www.limaoemlimonada.com.br/2011/02/desautoria-na-web-luis-fernando.html),
usei fonte e padrão para te ludibriar :) Quem já conhece minha
escrita foi “enganado” propositalmente.
Deixo
um alerta: tome cuidado ao ler, abrir, comprar, repassar e comentar
pois o que possa parecer verídico talvez tenha uma malícia mesclada
com incultura e desinformação que resultam numa “verdade”
oriunda de um maléfico boato.
AGORA
UMA ARTE ORIGINAL DE VERÍSSIMO:
Extraída da crônica "As Aventuras da Família Brasil"
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